contato@iptaquara.com.br

Por que Páscoa?

Por que Páscoa?

POR QUE ?

 

Sempre foi difícil pra muitos entender a grandeza dos momentos. Somos finitude, puro fim.

Vou dar alguns exemplos:

Se chove, queremos sol. Se faz sol, uma sombra. Se uma sombra, partir.

Os filhos nascem e crescem, e alguém diz: como foi rápido!

Quando acordo, penso no final do dia. Quando crepúsculo: “como perdi tempo” !

No almoço, fast food. No sono, ansiedade.

Quem sabe discernir os momentos ?

Claro que poucos iriam entender aquela Páscoa.

Nem mesmo os discípulos entenderam num primeiro momento.  Pedro se desfez em areia. João, ante aquela cruz, plantado pelo amor, exposto ao sistema, parecia esperar o que não sabia. No jardim, dormira. E desde o jardim, o sono virou pesadelo.

Por que a cruz ?

Já vou começar aqui respondendo a tese. Tudo aconteceu PORQUE ELE VIVE. Veja não estou dizendo que tudo aconteceu a partir da Páscoa.   Mas a Páscoa aconteceu porque ELE VIVE.

Pra entender essa contradição, vou recorrer ao “devir”.

Bom, numa primeira abordagem posso entender o “devir” como um “vir a ser” ou como algo que “pode tornar-se”, algo que apresente transformação.

Esta percepção, embora acertada, precisa ser olhada mais profundamente. Não é apenas um “vir a ser”, mas virá porque é.

Na abordagem etimológica, o devir é verbo intransitivo; e como verbo intransitivo não precisa de complemento;

“verbos intransitivos são verbos com significado completo, não sendo necessária a junção de objeto direto e objeto indireto para complementar o seu sentido. Referem-se a ações que iniciam e terminam no próprio sujeito, não transitando para um objeto.”

Ora, que figura importante a que encontramos no “devir”, é como “um fluxo permanente, ou um movimento ininterrupto, atuante como uma lei geral do universo que dissolve, cria e transforma todas as realidades existentes, por isso, um {vir a ser}.”

O quero introduzir aqui no início de nossa conversa ?

Cantamos assim:

Porque Ele vive posso crer no amanhã, porque Ele vive temor não há, mas eu bem sei, eu sei que a minha vida está nas mãos do meu Jesus que vivo está”!

Mas alguém pode cantar que temos segurança porque Ele vive, ou “Vivo está”, mas olhe que teologia complicada esta: então de sexta-feira ate domingo, em quem estava a vida de Pedro, Tiago e João. Estaria ele “morto” ?

Preciso tratar dos processos pra não criar confusão e para me fazer entender: A Cruz é um fato ! Ele morreu em nosso lugar! E ali, naquela cruz, todo o preço foi pago, cabalmente, definitivamente.

Mas vamos olhar um pouco mais essa questão. A Cruz matou a quem ? Quem Anás e Caifás pensaram moer : O Cristo ? O Filho de Deus ?

São estas duas identificações necessárias para falar de Páscoa. E que comprometem qualquer visão de mundo.

Porque se Anás pensou matar o Cristo. Ele assinou a sentença da morte da esperança messiânica. Aqui e ali alguém vai dizer: ele não teve essa grandeza de percepção, pra ele matar Jesus era necessário, possível e urgente.  Jesus era uma ameaça!

Tá bom, mas o que passou a dizer Anás depois que viu o véu do santuário rasgado de alto a baixo. Vou repetir: DE ALTO a baixo. (essa definição é esclarecedora).

Veja, todos esperavam o Messias! E este homem da linhagem davídica seria o libertador de Israel. Ora, se matamos o Messias, acabou a nossa esperança por liberdade de Roma. Seremos eternos escravos.  Se Anás matou o Messias, matou todo o seu povo. Matou ele também.

Mas pode ter sido pior: e se Caifás matou o Filho de Deus ?

Qual sede de poder pode justificar ou enfrentar a Ira de Deus ? Como viver a partir de então: Assinamos a sentença eterna, nos levantamos contra Deus, tal qual Faraó, assim como os filisteus,  ou como Roma.

Pra responder isso vou levantar um forte argumento. Anás e Caifas sabiam o que estavam fazendo. Decidiram pela árvore do conhecimento do bem e do mal e rejeitaram a àrvore da vida. E isto não foi inocente. Foi a decisão deles.

Vou provar:

O Império Romano, na figura de seus militares, vem cobrar a dívida. E eles subornam os guardas. (interessante como as questões de Roma tem preços). Toda verdade de Roma pode ser relativizada, basta pagar. E eles sabem disso. E Pagam. E sustentam a mentira.

Dias depois, perseguem a Igreja. Não foi sem querer. Eles mataram o Messias, mataram Deus. E querem matar todos os outros discípulos. (Interessante foi que quando Jesus foi preso, todos os discípulos estavam fragilizados – e ninguém conseguiu prendê-los. Por que ?) Ou pensando de outra forma: Por que Satanás não acabou com você quando você deu brechas? PORQUE CRISTO VIVE!

Pra fechar esse primeiro argumento vejamos: Pode o “monarca” calar o grito da esperança ? Pode matar o messias e ignorar a esperança messiânica? O que a história prova é que a pior coisa que um governante pode fazer para soçobrar seus comandados e seu povo é levantar mártires. Nunca deu certo isso. É uma proposta muito ruim fazer mártires. Ora matar o Messias é (im)possível, porque a lógica do sangue levanta mais adeptos. Basta ver que eles não conseguiam controlar os zelotes.

Me permitam uma abordagem contemporânea: os defensores da morte acreditam que se resolve o problema do Caos no Rio de Janeiro com extermínio. A própria história recente de nossa cidade questiona isso: pra cada ladrão morto surgem dez. Não é possível resolver então assim as coisas.

Judas fez algo semelhante – ele deu o preço do seu messias. Seu fim foi enforcar-se. Porque deve ser desesperador existir sabendo ser a podridão por onde o sistema passa e se legitima. Judas não aguenta e se mata.

Trago este episódio para entendermos a questão do devir.

Judas se mata. E não poderia voltar à vida. Porque ele é finitude. Mas Jesus não é como Judas ou Lázaro. Ele é Eterno. Vou piorar, então, a questão: é possível matar Deus ?

Voltemos ao devir.

Quem é Jesus ?

À abordagem do Jesus histórico, levanto a própria tese de poder de Anás e Caifás. Jesus é Deus! Anás e Caifás então não querem apenas matar o Messias, eles querem o trono. Querem perpetuar-se. E esta é uma briga com Deus, porque perpetuar-se é querer ser para sempre, e Eternidade é um atributo de IAHWEH.

Nem mesmo a mitologia grega, conhecida por Anás e Caifas, imaginou o thanatos  possível em “deuses”, na mitologia essa figura do Caos, filha da noite, arrasta os mortais; e apenas mortais. Deuses, até perdiam poderes, mas não morriam, dizia a Grécia Antiga.  Como então matar o Filho de Deus ?

Jesus não é filho da noite, por meio dele  se fez dia e se fez noite. Ele não é filho da noite. E ele não é mortal. Como então, entender o que passa na cabeça dos “donos da cruz” ? É possível matar ?  A resposta do Decálogo é um sonoro Não! NÃO MATARÁS! É possível então matar em nome de Deus ?

Seria, então, possível matar Deus ?

Vamos tentar entender algo absurdo que ocorre: eles prendem e matam Jesus, mas não aprisionam os apóstolos. Por que ?  O melhor teria sido fazer logo um pacotão. E, se matar Jesus é complexo porque ele é Rabi, matar pescadores nunca foi um problema social.

Vamos tentar explicar essa equação difícil naquela Páscoa em Jerusalém. Parece fácil demais aos discípulos saírem de Jerusalém. Ora, se aprisionaram o Mestre, por que soltaram os discípulos ?

Percebem ?  É um erro. E é um erro imperdoável pra quem é avido pelo poder. Pedro seria um novo líder. Tiago seria uma fera. João, seria o ícone do carisma.  Eles estão todos ali, vulneráveis, João inclusive está debaixo da cruz. Por que não o prenderam ? Por que não o mataram ?

A resposta é uma só: Cristo.

Todos os olhares estão em cristo. Os olhares do Império, os olhares dos sacerdotes, os olhares do Inferno. E Cristo preserva os seus. “Porque Ele vive”!

É preciso falar mais, então, do que ocorre: Quando a cruz derruba a última gota da vida, a terra se abre, os céus escurecem, os mortos ressuscitam e entram nas cidades. Ao invés de um “mortal” entrar no Caos; o Caos é que se desestrutura ante à vida! E Jerusalém vira caótica!

Quem é Jesus ?

Vou responder com apenas uma porção da Palavra de Deus para não me fazer prolixo:

No princípio era aquele que é o Verbo. Ele estava com Deus, e era Deus.
Ela estava com Deus no princípio. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele; sem ele, nada do que existe teria sido feito.
Nele estava a vida, e esta era a luz dos homens.
A luz brilha nas trevas, e as trevas não a derrotaram.

João 1:1-5

 

Tudo foi feito por ELE.

Da luz que explodiu no início.

Do Dia e Noite.

Do Sol, lua e estrelas.

Do Firmamento ao homem, tudo só existe porque Ele existe!

 

Ora, a lógica é a seguinte. Se fosse possível desligar a tomada não do gerador, mas da fonte primeira, de onde procedem todas as outras energias, e da qual todas elas necessitam pra ser, diria eu, de forma poética, que tudo terminaria, viraria um só verso: e o verso não seriam as fontes derivadas, mas a fonte primeira. E este samba seria de uma nota só. E tudo desapareceria. Porque sem a origem, não há secundário.

Ora, se Deus pudesse ser morto, tudo morreria.

Vejamos nosso caso, habitantes da terra.

Num dia desses lutava com uma matéria da escola das crianças que apresenta o seguinte conteúdo no ensino fundamental 1: O sol não tem vida. Pensei: então, estamos mortos.

O sol não depende de nós para existir, mas sem o sol, a terra morre. Ainda que todos nós ficássemos cegos, o sol amanhã nos traria seus raios e sua luz, porque ele não precisa de nosso atestado para que possa existir. Mas sem ele, morremos.

A paráfrase da patrística é boa, mas vamos mais longe; Estamos falando do FILHO, por meio de quem todas as coisas surgiram.  Tudo é Nele!

Gosto de uma canção do Roberto Diamanso: “Razão do universo”

JESUS, EU NÃO SABIA NÃO TINHA COMPREENSÃO

QUE TU ÉS A RAZÃO DO UNIVERSO

APENAS TE CONHECIA DE OUVIR

MAS O QUE ME FOI REVELADO

GEROU IMENSA FÉ

QUE TUDO QUE FOI CRIADO

SEJA O VISÍVEL OU NÃO

QUER PRINCIPADOS, POTESTADES

SOBERANIAS E REINADOS POR TI, PARA TI

TUDO ISTO FOI CRIADO

TENS DE SER EXALTADO!!!!

 

Ora, Lázaro esteve morto e a Vida esteve nele. Lázaro, vem pra fora!

Neste episódio, próximo à cruz, a declaração da vitória sobre a morte.

O que é Páscoa então ? É quando a morte passa por cima dos umbrais da nossa casa. Quando o sangue aspergido no madeiro declara que a morte alcança seu limite.

Muita gente já disse que existe uma grande certeza na vida: que todos morreremos. Ou de outra forma: há uma grande certeza: a morte!

Vou ressignificar isso. Melhor, eu não, ELE!

HÁ UMA GRANDE CERTEZA: A VIDA!

Ai surge um outro problema, no qual muitos teólogos se perderam.

PODE DEUS MORRER ?

ELE NÃO É ETERNO?

COMO PODERIA JESUS MORRER NUMA CRUZ?

Temos, então, um grande problema.

SE DEUS NÃO PODE MORRER, E JESUS MORRE –

ENTÃO JESUS NÃO É DEUS!

Porque se Jesus morre, morreria Deus. E se Jesus morre, sendo Ele a fonte principal, morreria TUDO.

Mas , vejamos:

O corpo pode aprisionar Deus ?

Se alguém acredita que Deus não pode morrer, mas acredita que o corpo pode retê-lo, temos o mesmo problema. Qual seja: Deus não poderia morrer, preciso que Ele seja ETERNO pra que minha fé tenha chão; mas se Deus pode estar confinado no corpo, na matéria, como posso chama-lo de Soberano ? Seu confinamento seria o corpo.

Para recorrer à uma metáfora, seria como um gênio da lâmpada. Se a lâmpada delimita o campo de ação do gênio, o gênio pode ter todos os poderes do universo, mas é servo da Lâmpada.

Seria, então, o corpo a prisão de Jesus. Seu confinamento.

A Teologia possível se faz assim : Ora, se o corpo foi o esvaziamento de Jesus de sua glória, a questão passa a ser amplamente discutida e resolvida com a liberação deste corpo.  Na cruz então, Jesus “abandona” o corpo. Livre, enfim.

Ocorre que, para muitos, a teologia é serva da morte. E muitos não conseguem ver a vitória sobre a morte naquela cruz porque o que vemos é o corpo desnudo, sofrido, maltratado, morto. Precisam do corpo, até porque precisam dos amuletos. Pra vender, Pra pregar, pra crer.

Então, tudo acabou.

Quero te convidar a olhar de novo pra essa questão.

Filosoficamente, por enquanto, ora se a encarnação é o esvaziamento da glória celeste; a libertação da prisão da matéria é Vento Livre, Sopro.

E aí teremos um problema ainda maior na Pascoa: Porque ao ressuscitar, ele vai assumir um novo corpo. Por que ? PORQUE ELE VIVE!

Esta pergunta acompanha este texto desde seu início.

Uma resposta possível é:

Corpo para Tomé. Pra que no abraço, o Reino de Deus desperte a esperança adormecida, mas que como uma fagulha no toque com o Fogo, possa renascer.

Outra resposta possível?

Emaús. Travessia. Jornada. Que formosos sobre os montes são os pés dos que anunciam a paz. “Porventura não nos ardia o coração quando com ele andávamos no caminho?”

Outra resposta?

Pedro, pesca. Praia. Peixe, Peixe frito e que renova a manhã. E vence a noite.

É quando voltamos à pergunta que nos acompanhou a vida toda. Por que Jesus morreu naquela cruz? O porque da cruz todos sabemos, pra nos resgatar do império das trevas (noite) e nos levar para o Reino. Mas não poderia ser de outro jeito ? Deus não poderia ter feito uma Arca possível que não passasse pelas águas ? A resposta é Não !

Não poderia Deus ter decretado ?

Não poderia ter resolvido tudo com a conversão da criação ?

Não poderia ter expurgado toda a culpa de outro jeito ?

A resposta é não. Porque ELE é a única fonte possível.

NAÕ HÁ OUTRA FONTE POSSIVEL.   ELE, na eternidade disse: SEREI EU.

Não há como trazer vida de fontes secundárias, teria que ser pelo Verbo. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele e sem ELE nada do que foi feito se fez. Não poderia ser  Adão – nunca pode. Não poderia ser Eva. São fontes secundárias. Não poderia ser nem Abraaõ, nem Isaque e nem Jacó. Não poderia ser nem Moises nem Elias e nem nenhum dos profetas. Não poderia ser Davi. Não poderia ser nem Pedro, nem Tiago, nem João.

Pra não se matar, Judas deveria ter recorrido à fonte primária: Deus. Nunca viveria sendo Judas, uma fonte secundária. É por isso que não pode ser você e nem as suas obras, por maiores que sejam. Teria que ser ELE. ELE É A RAZÃO DO UNIVERSO! ELE É A ÚNCA EXPLICAÇÃO POSSÍVEL E SÓ ELE PODE GERAR VIDA.

Na “cruz” da Babilõnia, Daniel não foi devorado pelos leões porque Ele estava lá. Hananias, Misael e Azarias seriam torrados pela fornalha, queimados se ELE não estivesse lá. E CRISTO CHEGOU PRIMEIRO. ELE NÃO É O QUARTO HOMEM DA FORNALHA. ELE É O PRIMEIRO. Um segundo que eles tivessem chegado antes do Cristo, estariam mortos.

Simeão ao pegá-lo nos braços disse: já posso morrer! Este menino está destinado ao paradoxo de vida e morte, não há mais nada que eu possa fazer por aqui. Eu vi a restauração de Israel!

Com isto caem todas as outras dívidas.

Porque ELE fez o que fez, eternamente, há um novo e vivo caminho.

Porque ELE fez o que fez, somos todos iguais. Ninguém, em nenhum momento da história apresentou qualquer credencial diferente. Não existem melhores. Apenas piores.

Assim, O Filho nos trouxe de volta pra casa. E a porta foi a cruz.

Por que ?

Pra que tenhamos vida. Abundante.

Sabe o que é pior de tudo isso ? É que ELE já nos mostrou que o Corpo pode ser louvor a Deus, e todos os dias pessoas se afastam de Deus por causa do corpo e com o corpo. Seus pés são velozes para o mal; o coração é enganoso;  o olhar, trevas.

A Páscoa, então, nos ensina que Deus estabeleceu um marco. Satanás foi derrotado.

E a maneira como vivemos vai mostrar ao mundo que somos DELE.

POR QUE ?

PORQUE ELE VIVE. Nem a morte o dominou.

Alguém disse: há uma grande certeza: Todos vamos morrer!

JESUS disse: Há uma grande certeza, venham Viver!

FELIZ PÁSCOA

A morte passou por cima.

E fomos preservados.

 

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *